A Manga Perfeita

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punctum books, Dec 11, 2019 - Biography & Autobiography - 166 pages

Em 1994, aos vinte e cinco anos de idade, quando o terrível "despedaçamento que vem com a agressão sexual" dobrou-se profundamente em seu corpo e pensamentos de suicídio estavam sempre por perto, Erin Manning escreveu A Manga Perfeita num estado quase febril: dezenove capítulos em dezenove dias, uma espécie de operação de auto-resgate, onde a escrita tornou-se uma maneira de fazer (e sentir) a vida de outra forma. Ao longo desses dezenove dias, e embora não capaz de articular completamente para si mesma na época, Manning escreveu-se para dentro "de uma composição que pergunta de que outra forma a vida poderia ser vivida". E nos ritmos dessa composição, que era também uma vida, Manning foi e é capaz de recusar a categoria e norma e imobilidade da "vítima" (enquanto ainda compreende as heranças da violência) a fim de seguir em vez disso o mais-que-eu assim como a alegria do "mais-que da experiência no fazer".

Vinte e cinco anos depois, Manning permite que esses escritos anteriores encontrem seu caminho de volta ao mundo, o que é uma maneira de dar "voz a esses momentos de sobrevivência confusos" enquanto também pede a nós, que compartilhamos (e ajudamos a suportar) tais momentos enquanto leitores, que consideremos "outras formas de escutar a urgência que é viver". Republicar o livro agora é dar-lhe um lugar no mundo de uma maneira que honre sua força como algo que está sempre além da reivindicação de qualquer um, mesmo de Manning. Nesse sentido, A Manga Perfeita nos convida, com Manning, a estar em excesso de nós mesmos, e também a considerarmos, nas palavras de Manning, "como criar condições para viver além da crença feroz do humanismo de que nós, os privilegiados, os neurotípicos, os ainda incólumes, os corpos-capazes, é que guardamos a chave para todas as perspectivas no teatro da vida". Por fim, A Manga Perfeita e as reflexões de Manning a respeito de sua composição pedem que consideremos "viver na feroz celebração de um mundo inventado por esses modos de vida que rasgam o tecido colonial, branco, neurotípico da vida como a conhecemos."

Erin Manning é professora na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Concordia (Montreal, Canadá). Ela é também fundadora do Senselab, um laboratório que explora as interseções entre prática artística e filosofia através da matriz do corpo sensível em movimento. Projetos de arte atuais são focados em volta do conceito dos gestos menores em relação à cor e ao movimento. As exibições de arte incluem as bienais de Sidnei e Moscou, Glasshouse (Nova Iorque), Museu de Arte de Vancouver, Museu McCord (Montreal), House of World Cultures (Berlim) e Galeria Galateca (Bucareste). Publicações incluem For a Pragmatics of the Useless (Duke, em breve), The Minor Gesture (Duke, 2016), Always More Than One: Individuation's Dance (Duke, 2013), Relationscapes: Movement, Art, Philosophy (MIT, 2009) e, com Brian Massumi, Thought in the Act: Passages in the Ecology of Experience (Minnesota, 2014).

 

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