MetamorfosesAs Metamorfoses são o poema da rapidez, tudo deve seguir-se em ritmo acelerado, impor-se à imaginação, cada imagem deve sobrepor-se a uma outra imagem, adquirir evidência, dissolver-se. É o princípio do cinematógrafo: cada verso como cada fotograma deve ser pleno de estímulos visuais em movimento.O horror vacui domina tanto o espaço quanto o tempo. Ao longo de páginas e mais páginas todos os versos estão no presente, tudo acontece diante de nossos olhos, os fatos premem-se, toda distância é negada.E, quando Ovídio sente a necessidade de mudar de ritmo, a primeira coisa que faz não é mudar de ritmo, a primeira coisa que faz não é mudar o tempo dos verbos mas a pessoa, passar da terceira para a segunda, isto é, introduzir a personagem sobre a qual está para falar dirigindo-se a ela diretamente como o tu:?Te quoque mutatum torvo, Neptune, juvenco?. (Ítalo Calvino) |
Contents
Introdução | 9 |
As metamorfoses | 39 |
Io | 79 |
Precipício de Faetonte | 93 |
O roubo de Europa por Júpiter | 99 |
Cadmo e Hermione | 115 |
Progne Tereu e Filomela | 125 |
O roubo de Oritia por Boreas | 149 |
Ciniras e Mirra | 161 |
Midas convertendo tudo em ouro | 181 |
A gruta do sono | 187 |
O sacrifício de Políxena e a metamorfose | 195 |
Pico e Canente | 209 |
A apoteose de Enéias | 219 |
A alma de Júlio César mudada em cometa | 229 |